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PORQUE OS ALUNOS TEM IR A ESCOLA

ROTEIRO DE ATIVIDADE PARA COMPANHAMENTO REMOTO

PROFESSOR/A:

ENEAS MONTEIRO DE OLIVEIRA

DISCIPLINA:

PROJETO VIDA

ANO/SÉRIE:

1

TURMA:

B,C,D

Data:

22/06/2020 A 26/06/2020

Nome do aluno:

 


Habilidades: PROPOR AOS ALUNOS UMA LEITURA SOBRE A VALORIZAÇÃO DO ESTUDO NO ENSINO MEDIO

Objetivo: MOSTRAR AOS ALUNOS O INTERESSE PORQUE TEMOS QUE VALORIZAR O ESTUDO DO  SEU ENSINO

Devolutiva: BASEADO NO TEXTO COMENTAR A IMPORTANCIA DO SEU  ESTUDO NO ENSINO MEDIO. 

 

Por que ir à Escola? Os sentidos atribuídos pelos jovens do ensino médio

Why go to School? The meanings assigned by Secondary Education students

A educação anda e sempre andou atrelada às transformações sociais, culturais, históricas, econômicas e políticas do país, ou seja, entender o sentido que a escola ocupa na vida dos jovens significa entender que eles estão dentro de uma instituição, inclusos e pertencentes a uma sociedade, que está inserida em um sistema com uma estrutura social estabelecida por interconexões e interferências, o qual influencia os processos educacionais desses jovens e os sentidos e significados atribuídos à escola por eles.

A representatividade e abrangência dos dados numéricos, junto à conversa coletiva com os próprios alunos sobre os resultados dos questionários que eles e seus colegas responderam, colocam os jovens estudantes como interlocutores válidos e privilegiados para a compreensão do Ensino Médio, tratando-os como autores principais que vivenciam, conhecem e, por conta disso, avaliam e criticam a educação que lhes é oferecida. Com isso, é preciso considerar suas críticas fundamentadas e interpretá-las como uma forma de contribuição para a melhoria das escolas e da educação.

Na Figura 1, a seguir, são apresentados os percentuais de alunos que assinalaram sim ou não aos itens elencados como possibilidades para os sentidos do ir para a escola.

Figura 1 Percentuais de respostas com relação aos motivos pelos quais vão à escola para estudantes do último ano de Ensino Médio em São Carlos/SP, 2013 

Possibilidades

Não

Sim

Você vai para escola porque é obrigado?

84,9%

15,1%

Você vai à escola porque há alguma relação com os seus valores (sociais, pessoais, familiares, religiosos)?

2,1%

97,9%

Você vai à escola porque é seu direito?

15,3%

84,7%

Você vai à escola porque gosta de aprender?

9,1%

90,9%

Você vai à escola porque se interessa por alguma disciplina?

20,6%

79,4%

Você vai à escola porque gosta dos professores?

55,8%

44,2%

Você vai à escola porque acha importante para conseguir um trabalho futuramente?

2,7%

97,3%

Você vai à escola para tentar entrar na faculdade/ensino superior?

6,2%

93,8%

Você vai à escola para ter melhores condições de vida do que a dos seus pais/ responsáveis?

11,2%

88,8%

Você vai à escola para fazer amigos?

27,4%

72,6%

Você vai à escola porque seus amigos vão?

72,8%

27,2%

Você vai à escola para paquerar?

83,3%

16,7%

Você vai à escola para encontrar seu/sua namorado/a?

92,8%

7,2%

Você vai à escola para se divertir? Como uma forma de lazer?

70,0%

30,0%

Você vai à escola porque gosta do intervalo?

80,7%

19,3%

Você vai à escola por causa da merenda?

94,8%

5,2%

Na Figura 2, podemos verificar algumas perguntas disponibilizadas no questionário e as porcentagens relativas às respostas referentes aos itens mais frequentes, dentre as principais razões para os jovens irem à escola.

 

Figura 2 Razões apontadas pelos jovens sobre os motivos pelos quais vão à escola7  

De maneira geral, podemos afirmar que o universo escolar configura-se, para muitos jovens, primeiro pela valorização do estudo como uma promessa futura de garantir a continuidade nos estudos pela entrada no Ensino Superior, ou melhores possibilidades para a disputa de um lugar no mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que supre uma possível falta de sentido no cotidiano que vivenciam no presente, falta essa, porém, menos valorizada ou, na maioria das vezes, que não faz parte dos contextos escolares.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para que se avance na direção da concretização da concepção ampla de formação e, enfim, romper a dualidade estrutural estabelecida na educação escolar, não se depende apenas do sistema educacional, mas, antes, da transformação do modo de produção vigente, compreendendo que essa dualidade histórica não nasce na escola, é fruto da sociedade dual/cindida em que vivemos.

É muito importante ressaltar que isso não significa que a educação deva esperar que ocorra primeiramente a superação ou a mudança do atual modo de produção para depois construir uma escola única. Conforme Gramsci (2008), a proposta de uma escola única está relacionada à compreensão de uma educação preocupada com a emancipação humana, ou seja, com o desenvolvimento da autonomia intelectual e cultural dos sujeitos.

Os jovens consideram a escola um suporte para enfrentar os embates e obstáculos e nela depositam confiança, expectativas, sonhos e esperanças com relação à execução de seus projetos de vida. Apesar de todas as dificuldades que vivenciam nesse contexto, veem a escola como um instrumento importante para tornar realidade seus projetos, fazendo com que nela permaneçam.

Portanto, os jovens compõem sentidos positivos e se motivam em relação à escola, não obstante, sabem apontar as deficiências e fragilidades nela presentes sem, com isso, desvalorizá-la.

Com uma expectativa mais ampla em torno da escola, retratando uma instituição verdadeiramente da cultura humana, os jovens têm como principal sentido para estarem e permanecerem na escola aquilo que a educação burguesa imprimiu às sociedades industriais desde o século XIX, uma melhor configuração para o trabalho, algo necessário para manter a expectativa/possibilidade de um bom emprego, seja ou não por meio do acesso ao Ensino Superior.

A sociedade precisa transmitir suas tradições e alicerces construídos no decorrer da história. As metodologias para que isso aconteça envolvem uma longa e árdua discussão, porém, entendendo a educação como um direito e um dever, os jovens têm direito e o dever de receberem o que a humanidade construiu, de serem preparados para a vida em sociedade, para o exercício da cidadania, para uma vida prática contextualizada e também para o trabalho, mas, para isso, é preciso que se reverta uma direção histórica, que, no Brasil, se deu e continua se dando, ao luxo de não preparar devidamente a maioria daqueles que serão o futuro.

Foi importante compreender que, a despeito das dificuldades amplamente mencionadas como obstáculos ao ato de estudar para os jovens e do fato de gostarem ou não da escola que lhes tem sido ofertada, eles criam e estabelecem sentidos para a presença nessa instituição, onde vivenciam experiências importantes e necessárias para uma construção de significados em longo e em curto prazo.

Há a necessidade de entender os processos escolares, potencializar aqueles que permanecem e dão continuidade aos estudos e contribuir para reforçar as possibilidades da escola, como um local importante de sociabilidade, que pode proporcionar experiências formadoras de ação coletiva e facilitar um espaço de troca. Trata-se de um equipamento social que compõe uma rede de serviços, principalmente para jovens de grupos populares, e deve integrar uma rede de suporte que, dentre outros bens sociais, amplie o sentido da educação para o jovem. Uma escola que tenha como proposição a formação humana plena, facilitando as situações educacionais mais práticas pela transmissão de saberes e conhecimentos úteis ao dia a dia dos jovens, uma escola que construa a articulação da educação com vivências para a atuação na sociedade, em um espaço que seja protegido, física e emocionalmente, para que todas as potencialidades dos jovens aflorem e não feneçam.

Ou, em outras palavras, naquelas de um dos maiores pensadores contemporâneos acerca dos sentidos da educação:

[...] diante das exigências do mundo moderno, nós precisamos mirar o mais possível na preparação do aluno não somente para ser ele mesmo, mas também para entrar na sociedade, senão com a capacidade de ser um produtor de cultura em todos os campos, pelo menos para ter a capacidade de desfrutar, de saber gozar, de todas as contribuições da civilização, das artes, das técnicas, da literatura. A cultura deve ser direcionada para todos, facilitando as disposições intelectuais e ao mesmo tempo forçando todo mundo, com firme doçura a aprender e a participar de todos os prazeres humanos (Manacorda apud Nosella; Lombardi; Saviani, 2007, p. 23).

Ensinar e aprender para viver e viver junto, para a radicalização da democracia, para a capacidade de movimento e de tensionamento do que está posto.


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